quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
OS MOINHOS DE MARÉ E DE VENTO DO BARREIRO
A orla marítima do Concelho do Barreiro, foi desde a idade média priviligiada para a construção de engenhos de moagem, tanto hidráulicos como eólitos.
A actividade económica dos moinhos de maré, não eram sómente de produção de farinha os mesmos tinham um cais e uma embarcação para transporte do cereal e da farinha, e a caldeira era muitas vezes utilizada para a pesca.
Actualmente ainda existem no Concelho do Barreiro, de propriedade particular, os moinhos de maré de Coina, Telha, Palhais, Braancamps, Grande, Pequeno, vestígios do moinho do cabo, em Alburrica e do moinho de El Rei em Vale Zebro.
O moinho de maré de El Rei, no Séc. XV, era o maior do estuário do Tejo, abastecia a industria de padarias do Vale Zebro, as quais por sua vez abasteciam toda a armada Real e as fortalezas do Reino.
Em fins do Séc. XVIII, princípio do XIX, são construidos por decreto do Rei, os moinhos eólicos, para aproveitarem os ventos do norte.
Desde a Recosta à praia dos moinhos no Lavradio, foram construidos 11 destes engenhos, os quais progressivamente foram substituindo os hidráulicos.
Com a construção em 1817, do moinho de vento gigante do Barão do Sobral, actualmente inexistente, na quinta de Braancamps, o Barreiro torna-se num Concelho industrial e dos mais inovadores em tecnologia Moageira.
Por motivo da expanção da industria de moagem o Concelho do Barreiro transformou-se, vindo a ser povoado por um número de Gente especializada; Moleiros, Aj. de Moleiro, Feitor, Rendeiro, Carregador, Arrais, e Aj. Arrais entre outros.
A ecónomia progredia com a criação de marinhas necessários á industria de moagem e viveiros nas suas caldeiras.
Com o despertar da industrialização mecânica, no final do Séc. XIX princípio do Séc. XX, os moinhos foram perdendo o seu valor económico e parcialmente abandonados, tornando-se em arrecadações da lavoura ou dos apetrechos dos pescadores locais.
Mário Pinto
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