Nos finais do século XIX, início do século XX, os pescadores da Praia de Vieira, concelho da Marinha Grande, durante o inverno rumavam ao rio Tejo em busca de sustento.
O Tejo nessa época era rico em peixe, os avieiros, trocavam a pesca do mar pela do rio. Primeiro sanzonalmente, depois por cá foram ficando, vivendo a bordo dos seus barcos, por isso eram conhecidos pelos " ciganos do rio". Com o tempo estabeleceram-se nas margens do rio Tejo, por todo o Ribatejo, fizeram casas de madeira "barracas", em cima de estacas e cobertas de palha ou caniços.
Nos seus barcos de proa virada para o céu, vinham pelo rio abaixo e estendiam as suas redes por todos os esteiros do Tejo, capturando as espécies de peixe nessa altura abundante.
Em certas alturas do ano, por altura das enchurradas do rio e das cheias da Lezíria Ribatejana, viam-se barcos dos Avieiros, junto á ilha do Rato, deitando as suas artes na pesca da enguia.
Com o crescimento industrial a poluição do rio Tejo a maioria das espécies de peixe e bivaldes desapareceram do rio, o que por concequencia a maioria dos Avieiros procuraram outros ofícios.
Mário Pinto
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